Hoje farias 101 anos.
Lembro-te muito de ti,
apesar de teres falecido há tantos anos. Lembro-me das primeiras
brincadeiras contigo. Da tua paciencia. De quando me fazias os TPC de
matemática em troca de bolachas maria e sugos. De vermos o Carrocel
juntas na sala e de reclamares do outro miudo ser tão mau pró CirÍlo. De
quando brincavamos ás secretárias e tu tinhas a maior paciência do
Mundo para preencher e assinar aqueles formulários todos que eu sacava
do Banco. Ou de quando eu deixava as bolachas maria-d’ouro na mesinha
da sala e me escondia no corredor, para te assustar quando ias de surra
roubar-me uma bolachina. Nessa altura não fazia a mais pequena ideia do
quão sortuda era.
Tenho a sorte de sempre ter tido avós na minha
vida. E principalmente ter-te tido a ti. Gostava tanto de me sentar ao
pé de ti e de voltar a ouvir aquelas histórias todas da tua infância.
Entristece-me muito quando vejo os malucos dos teus filhos sem falar
uns com os outros, armados em parvos e a esquecerem-se daquìlo que
realmente è importante na vida. Sei o quão triste ficas quando olhas
para eles aì de cima. Mas tudo se há-de resolver. Tenho fe.
Parabéns a ti, minha avó Isabel.
Aquele beijo doce e abraço muito apertado com eterna Saudade.
21-09-1914
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