O Cláudio amadureceu. O Cláudio cresceu. O cláudio aprendeu
a olhar para a sua vida e para tudo aquilo que passou com outro olhos. E isso
levou-o a renascer, a agadecer o bem e o mal que lhe aconteceu e que o tornou
naquilo que é hoje. Um homem, por vezes meio doido, mas agradecido, mais forte. Um lutador. A tua entrevista lembra-me aquela frase “aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes. Obrigada”.
Quando comecaste a aparecer na tv, não ia muito á bola
contigo. Provávelmente como tantos dos Portugueses que te viam entrar pela sala
a dentro, a falar alto, interromper tudo e todos, deitar muitos gafalhotos e
mexer as mãos mais que um malabarista de circo. Hoje em dia, sabendo a tua
história compreendo-te. Tinhas que lutar com unhas e dentes por um lugar, o que
os ingleses chamam “Survival”.
Gostei de ver a tua entrevista. Não gosto particularmente do
programa a que foste, mas as tuas palavras fizeram sentido e foi fácil conectar
contigo.
Transcrevi aqui algumas das tua palavras, porque é nesta
parte que mais connectamos.
Q: Quando essa historia termina, fica o quê?
As vezes não fica nada. É como se morresses. Quando amas muito uma pessoa e estás convencido que essa pessoa também te ama e é como se de repente tivesses que aprender a andar, a comer. Tens que arranjar forças para comer, para sair de casa. Só tu é que o vives. As pessoas não entendem. Porque a outra pessoa, faz a vida dela. Normalmente. A tua é que pára. Porque tu é que amas. Tu e q sais defraudado. Tu e que te deitas a pensar naquilo, acordas a pensar naquilo. Tu é que tentas encontrar saídas. Escrevendo na parede, todos os dias: é mais um dia. E vais conseguir. É mais um dia. E as pessoas todas a dizer: Ah, sim é só uma fase! Aquilo não é só uma fase. Todos nós sabemos o que é o amor, Mas eu sempre achei que o amor não devia de doer. Se doía não era amor, tinha que ser outra coisa qualquer. Quando te deixam de amar, e que tu amas, é uma coisa muito violenta. Há alturas em que preferes morrer. Não podes obrigar uma pessoa a amar-te. Mas tu também não podes deixar de amar de um momento para o outro. Porque tu não tens um botão.
O que custa mais ás pessoas que amam não è a dor que têm. E fingir que não tem dor nenhuma. E fingir acordar todos os dias bem disposto e todos os dias enerva dizerem-te :Há sim, esta tudo bem, e não sei quê. Sim, pronto. Para ti está tudo bem. Mas para mim não. Eu chego a casa, e é horrível sentires a… a subir a escada, o soalho de madeira e põr as chaves na porta e estar um silêncio em casa. É horrível. É como se ficasses viúvo sem o ser. (…)
Eu acredito muito no amor. Na força do amor. Prefiro mil vezes insistir do que desistir. Mas tu não podes insistir numa pessoa que desiste de ti. (…) não pode voltar a acontecer porque eu acho que amei de mais. Muito tempo. Muitas horas. (…). Não li sobre isto, ninguém me ensinou. Não li num catálogo. Ninguém me disse assim: Pára aí. Põe um travão. Não te dês tanto. Veio assim tipo um camião que me atopelou e me deixou lá debaixo.
Alguém te deve um pedido de desculpas?
Sim.
Esperas que peçam.
Eu gostava. Gostava que me pedissem desculpa. Porque se me
pedissem desculpa … eu desculpo. Não guardo rancor. Porque não se pode fazer
mal ás pessoas assim."
Como te endendo.
Como percebo perfeitamente o que sentes. Que a mente é do caraças e que ainda estás no “mind frame” do defraudado e estás-te a aarrar a algo que já não existe. Sei-o tão bem. E sinceramente gostava de saber como é que se faz o switch off do tal botão inexistente. Eu sei que é possível, pois aconteceu-me no passado. Quando menos esperava entendi que já não fazia sentido. Que estáva em paz, que tudo havia realmente terminado no mundo real e na minha cabeça. Vai levar um tempo, mas vais lá chegar. Vais ver. Tenta compreender e aceitar. E realmente perdoar. Perdoar-te a ti próprio. A rejeição dele mexeu com o teu auto-conceito, e é aqui que é mais dificil apanhar as peças que estão espalhadas, cola-las todas e seguir em frente. Mas é possível. Vais ver que é possível. Boa sorte, tu Cláudio.
Entrevista completa aqui.
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