Há dias que não sei realmente o que fazer á minha vida.
Vim para Vancouver há cerca de 7 anos e meio com o meu ex. Quatro
anos depois, não me senti feliz. Fiz as malas e comecei uma vida nova sozinha
no centro da cidade. Não tenho ca família nenhuma. Só eu e aqueles que com quem
escolho partilhar as minhas coisas. A minha amiga Eva, a Caroline, o meu
adorado Thomas. Há uma tia do meu ex que é muito minha amiga, e lá vamos
passear de vez enquando. É o mais próximo que tenho de “família” aqui. A
realidade é que estou cansada de aqui estar. Quero muito ir-me embora. Tenho
saudades dos meus pais, dos meus avós, dos amigos, da minha cidade. A carreira
n#ao anda grande coisa. Vida de emigrante n/ao e facil, deixa-me que vos diga.
Trabalho que nem uma cadela. Vou a escola e aposto na formação o mais que
posso.
No verão passado quando fui a Portugal, apaixonei-me pelo
Ursinho. Um British assim para lá de fenomenal. Tivemos uma coisa há distância
até há bem pouco tempo. Em Julho ele veio cá passar uns dias. E tirou-me o chão.
Ali a sobrevoar a Gronolândia, sem dar conta, engulir um iceberg. Veio frio.
Gelado. Atè hoje, o mais balde de àgua fria da minha vida. A realidade è que
ainda não recuperei disto. Pensei que não tinha que procurar mais. Que
finalmente tinha encontrado aquela pessoa com quem ia envelhecer, sabem? Mas ao
que parece, ainda que involuntáriamente levou-me na maionaise… Plantou uma
semente da qual não tinha intensões de regar. E eu fiquei aqui, sozinha, a
tentar apanhar as peças do puzzle. Sinto presa no “aftershock” de um tremor de
terra. Não o odeio, perdoei-o, mas a ferida ainda não sarou completamente.
Uma tristesa enrome invade-me de tanto em tanto tempo. Pergunto-me
o que fazer a minha vida, e não sei bem. Tenho vontade de arrumar as malas e
ir-me embora daqui. Uma das opções é Londres. Não, não porque ele está lá. Mas
porque tenho lá família, e faz sentido. É o concretizar de um sonho, visto que
sempre quis viver em Londres. Mas ao mesmo tempo tenho medo… Também tenho isto
do meu acidente do carro pendente. Mas acho que assim que receber o dinheiro do
seguro me vou pro UK. Penso nisso e sinto que é o correcto. Faz-me sorrir as
possibilidades que fervilhão na minha cabeça.
Estou cansada de aqui estar sozinha. Fazer tudo sozinha.
Vida de emigrante pode ser muito solitária, acreditem. Os homens aqui não valem
um chavo. Eu não sou de andar a dormer com este e aquele. E tenho dificuldade
de “connect with people”. Eu sei que não sou perfeita. Sei que muito destes
sentimentos são culpa minha porque podia dar a volta a coisa, mas ás vezes e
mesmo complicado.
Enfim. O desabafo de hoje. Cheira-me que dentro em breve
estarei na Europa…
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