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Tuesday 4 August 2015

31.07.2015



Meia noite em Vancouver. 8 horas da manhã em casa.
Hoje foi um dia deveras complicado. A certa altura só me apeteceu desaparecer. Estou emocionalmente desequilibrada, sem sombra de dúvida. A visita dele fez-me mais mal que bem. Destruíu-me, ainda que temporariamente. Mas não quero falar disso por agora.
O trabalho também não tem andado de feição. Hoje descobri que fiz uma cagada. Amanhã de manhã vou ter que lidar com isso. Nem sei bem como. No caminho para casa vinha completamente destruida. Coloquei os óculos de sol e vim o caminho todo a chorar. Não conseguia controlar as lágrimas. Como nem almoçei (passei o dia todo com 2 iogurtes no buxo), fui directamente aqui comprar uma porcaria qualquer para comer. Aquelas comidas manhosas canadianas cheias de GMOs já feitas que é só aquecer.
Quase a chegar á mercearia avisto um senhor com o qual me cruzo regularmente quando passeio os cães. Como não estáva com cara nem espírito de muitos amigos, reduzi-me á minha insignificância e fui para dentro da loja. Estou na secção dos frios à procura de qualquar coisa para moder quando sinto uma mão no ombro. Era o tal vizinho:
- Hi Ana. I am sorry but I had to come and say hi and see how you are doing. You don’t seem very well today.
- Oh! Hi Terry. Well, I had a very rough day at work. I think I made a huge mistake and sent the wrong information for all the Health Authorities and now is driving me crazy.
Não toquei no assunto que realmente me estava a aponquentar. Não posso contar isto a toda a gente, senão pareco um disco riscado sempre a repetir a mesma coisa/
- I see, Ana. Well things are not as bad as they innitially seem. You know, you always this beautiful contagious smile. As soon as I saw you crossing the street I felt completed to come and see if you need something. I am here if you need to talk, and I am sure everything will go for the best.
- Terry, I sincerely appreciate you making time to come here and talk to me. It makes me feel so much better, I can’t even put it into work. Thank you. I am very blessed. Thank you.
- Anytime, Ana. Just promise me you keep smiling. J You have a beautiful smile.
Fiquei realmente estupefacta. E agradecida. Naquele momento o que eu mais precisava era de um abraço, de uma palavra amiga. Someone who cared. E sem pedir, tive-o. A acção do Terry fez-me sentir imensamente melhor. Ajudou-me a pôr certas coisas em prespectiva. Fez-me sentir menos sozinha. Mais acompanhada e menos rejeitada. Acho que afinal de contas o que me custa mais é ter que lidar com a rejeição. O facto de ele não me querer. De não conseguir ver o meu valor, o tamanho do que sinto por ele. Mas o amor é mesmo assim. Não escolhe caras, nem corações. Por mais que me doa, ele não me ama. Ama-a a ela. And it is what it is. Vai levar algum tempo a conseguir fazer as pazes com tudo isto, porque ele realmente me fez sentir que eu não precisava de procurar mais. Que tudo o que procuro e mais quero estáva ali, diante dos meus olhos. Mas não mais ao alcanse da minha mão. Já não nos falamos há mais de 2 semanas. E ainda dói. Muito. Mas com o tempo ha-de passar. E se ele tiver que ser meu e eu dele, o Universo encarregar-se-á de nos por no caminho um do outro. Eu tenho fé. Por agora, é somente um até já. 

(este post foi escrito no dia 31 de Junho, mas como me deu uma real pedrada de sono
não o consegui acabar)

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