Meia noite em
Vancouver. 8 horas da manhã em casa.
Hoje foi um dia
deveras complicado. A certa altura só me apeteceu desaparecer. Estou
emocionalmente desequilibrada, sem sombra de dúvida. A visita dele fez-me mais
mal que bem. Destruíu-me, ainda que temporariamente. Mas não quero falar disso
por agora.
O trabalho também
não tem andado de feição. Hoje descobri que fiz uma cagada. Amanhã de manhã vou
ter que lidar com isso. Nem sei bem como. No caminho para casa vinha
completamente destruida. Coloquei os óculos de sol e vim o caminho todo a
chorar. Não conseguia controlar as lágrimas. Como nem almoçei (passei o dia
todo com 2 iogurtes no buxo), fui directamente aqui comprar uma porcaria
qualquer para comer. Aquelas comidas manhosas canadianas cheias de GMOs já
feitas que é só aquecer.
Quase a chegar á
mercearia avisto um senhor com o qual me cruzo regularmente quando passeio os
cães. Como não estáva com cara nem espírito de muitos amigos, reduzi-me á minha
insignificância e fui para dentro da loja. Estou na secção dos frios à procura
de qualquar coisa para moder quando sinto uma mão no ombro. Era o tal vizinho:
- Hi Ana. I am
sorry but I had to come and say hi and see how you are doing. You don’t seem
very well today.
- Oh! Hi Terry. Well,
I had a very rough day at work. I think I made a huge mistake and sent the
wrong information for all the Health Authorities and now is driving me crazy.
Não toquei no
assunto que realmente me estava a aponquentar. Não posso contar isto a toda a
gente, senão pareco um disco riscado sempre a repetir a mesma coisa/
- I see, Ana.
Well things are not as bad as they innitially seem. You know, you always
this beautiful contagious smile. As soon as I saw you crossing the street I
felt completed to come and see if you need something. I am here if you need to
talk, and I am sure everything will go for the best.
- Terry, I sincerely appreciate you making time to come here
and talk to me. It makes me feel so much better, I can’t even put it into work.
Thank you. I am very blessed. Thank
you.
- Anytime, Ana. Just
promise me you keep smiling. J You have
a beautiful smile.
Fiquei realmente
estupefacta. E agradecida. Naquele momento o que eu mais precisava era de um
abraço, de uma palavra amiga. Someone who cared. E sem pedir, tive-o. A acção
do Terry fez-me sentir imensamente melhor. Ajudou-me a pôr certas coisas em
prespectiva. Fez-me sentir menos sozinha. Mais acompanhada e menos rejeitada.
Acho que afinal de contas o que me custa mais é ter que lidar com a rejeição. O
facto de ele não me querer. De não conseguir ver o meu valor, o tamanho do que
sinto por ele. Mas o amor é mesmo assim. Não escolhe caras, nem corações. Por
mais que me doa, ele não me ama. Ama-a a ela. And it is what it is. Vai levar
algum tempo a conseguir fazer as pazes com tudo isto, porque ele realmente me
fez sentir que eu não precisava de procurar mais. Que tudo o que procuro e mais
quero estáva ali, diante dos meus olhos. Mas não mais ao alcanse da minha mão. Já
não nos falamos há mais de 2 semanas. E ainda dói. Muito. Mas com o tempo ha-de
passar. E se ele tiver que ser meu e eu dele, o Universo encarregar-se-á de nos
por no caminho um do outro. Eu tenho fé. Por agora, é somente um até já.
(este post foi escrito no dia 31 de Junho, mas como me deu uma real pedrada de sono
não o consegui acabar)
não o consegui acabar)
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